Neuromarketing

Que sapato devo calçar? Que penteado é que vou fazer para a festa? Devo levar saia ou calças? Gravata ou papillon? Sabia que todas as decisões que toma, incluindo aquelas relativas às suas compras, ocorrem de forma inconsciente?

O facto de uma decisão aparecer na sua consciência transmite-lhe a sensação de que está a tomá-la de forma racional, mas não. A verdade é que a parte do cérebro responsável pelas nossas decisões é chamada de primitiva e esta baseia-se apenas nos nossos instintos para determinar as escolhas que fazemos.

Logo, se as decisões que tomamos são inconscientes, entender o subconsciente do consumidor tem vindo a demostrar-se cada vez mais relevante na hora de planear uma estratégia de marketing para vender produtos/serviços. E é possível, através do Neuromarketing.

O que é o Neuromarketing

O Neuromarketing como o nome indica, resulta da junção de duas ciências distintas – a Neurociência e o Marketing. Tem como principal objetivo estudar a essência do comportamento humano através da deteção de instintos do cérebro, com os quais tomamos decisões, e utilizar essas informações na criação e implementação de estratégias de marketing eficazes que levem inconscientemente à compra.

Com este campo, relativamente recente, veio-se afirmar ainda mais a ideia de que a compra de um produto, a preferência entre marcas ou até mesmo a fidelização do cliente depende muito da estratégia utilizada na venda.

No ato de compra o cérebro comporta-se de maneira específica e é através dos estudos do Neuromarketing que se consegue detetar e testar quais os tipos de estratégias que mais atraem o público. Desta forma as estratégias de marketing desenvolvidas através desses estudos atingem o cliente de forma certeira e levam-no inconscientemente a comprar.  Trata-se de um marketing inteligente que apresenta melhores resultados.

As estratégias de Neuromarketing podem estar relacionados com os nossos cinco sentidos que, consoante o tipo de negócio, se revelam eficazes. Apresentamos-lhe algumas mais comuns:

  • Sabia que o cheiro de uma loja perfumada faz com que os clientes passem mais tempo no local e podem faze-los gastar até 7% mais nas compras? Mais do que um cheiro agradável, o aroma das lojas é uma questão de posicionamento no mercado e aumenta as vendas!
  • Os preços nas lojas de exposição quanto mais pequenos estiverem apresentados maior é a impressão do consumidor que são pequenos em termos de custo. Um produto pode ser apresentado a “8 euros” ou apenas a 8€, o objetivo é faze-los parecer pequenos, e a dimensão também pode ser alterada.
  • A utilização de carinhos de compras grandes e fundos nos supermercados passa a sensação aos clientes que estão a levar poucas coisas. O consumidor até pode estar a comprar 20 itens, mas se continuar a ver espaço no carinho é incentivado a comprar ainda mais, pois a perceção que tem é que está a comprar pouca coisa.
  • O nome e a ordem de preços de uma ementa também podem ser fatores decisivos no consumo num restaurante. Ao ver os preços mais caros em primeiro lugar e nomes de pratos arrojados o consumidor é levado a pensar que está num sítio requintado onde existe uma boa relação entre o preço e a qualidade. Isto não só acrescenta valor à casa, como também incentiva o cliente a gastar o seu dinheiro no local.

Entre muitas outras, características como estas fazem parte de estratégias baseadas na ciência de Neuromarketing e tornam-se extremamente eficazes quando aplicadas.

Já reparou que após sair da loja tentamos justificar a nossa compra para nós próprios? É só neste momento que surge a parte da razão, o que prova que a nossa decisão de comprar foi apenas feita incondicionalmente.

O Neuromarketing não é só a nova ciência que permite descodificar o comportamento do consumidor, é também por muitos considerado o futuro da inteligência do mercado. Entrar na mente do consumidor e entender a lógica do consumo é essencial para que, num mercado tão vasto e cada vez mais competitivo, se consiga vender mais.